Em 2008, quando o projeto SPED teve início, com as primeiras Notas Fiscais Eletrônicas emitidas e Escriturações Contábeis Digitais sendo entregues, muitos profissionais acreditavam que essas mudanças ficariam restritas a um seleto grupo de grandes empresas ou que a novidade não iria prosperar. Bem, atualmente é a tecnologia Blockchain que enfrenta a mesma descrença. Mas acredite: a mudança nos processos contábeis será ainda maior com a tecnologia blockchain, se compararmos com o que ocorreu na área fiscal no Brasil com o SPED, pois não estamos falando de uma burocracia ou exigência fiscal. A tecnologia blockchain é tratada como uma tecnologia disruptiva, com potencial de retornos financeiros expressivos devido às mudanças de muitos processos na nossa área.
Nos últimos anos, os eventos de corrupção no Brasil se tornaram notícia frequente na mídia. A cada dia, surgem novos casos de atos criminosos envolvendo empresas e Governo, que trazem consigo sentimentos de indignação e desalento quanto a uma possível mudança de cenário. Além disso, trazem o risco de que a corrupção seja vista como um traço cultural do povo brasileiro, o que, definitivamente, não pode acontecer.
Eu não sei se vocês, meus colegas de profissão contábil, tem o hábito de acompanhar as publicações realizadas pelas nossas entidades de classe. Eu tenho este hábito e, dias atrás, encontrei um artigo interessantíssimo escrito pelo Presidente do CFC, o Contador Zulmir Breda. O artigo tratava sobre o papel dos conselhos profissionais. Quando olhei o título, não resisti. Precisei fazer a leitura para saber do que se tratava. Pois bem, ele abordou um ponto que venho pesquisando há certo tempo, porém sobre o qual nunca me atrevi a escrever: o risco da descontinuidade das entidades de classe por conta da opção de escolha no recolhimento de contribuições.