Relato Integrado – Uma nova oportunidade para o profissional contábil
Os avanços tecnológicos impulsionam o mercado de trabalho para mudanças transformadoras, seja por meio de novas oportunidades como colaborador em determinada empresa ou como um empreendedor contábil. Os avanços não são apenas tecnológicos com adoção de novas ferramentas nas atividades já existentes, mas também com o avanço de novas modalidades de negócios, e muitos deles com a inclusão de fatores socioambientais. Esses avanços apresentam novos desafios aos profissionais da área contábil, e um desses desafios está ligado à divulgação de informações financeiras e não-financeiras.
Ao longo dos anos, as companhias de grande porte já apresentavam modelos de relatórios de sustentabilidade contribuindo para que os usuários tivessem acessos a determinadas informações não-financeiras, e, em 2010, com a formação do Comitê Internacional de Relato Integrado (International Integrated Reporting Committee – IIRC) houve um destaque global na divulgação de informações financeiras e não-financeiras, mostrando a importância para que as empresas façam a integração das informações sobre a sustentabilidade de suas atividades nos relatórios periódicos.
Com a adoção do Relato Integrado, não se cria mais um reporte a ser produzido, mas, certamente, uma nova forma de conectividade e integração das informações, transmitindo, para os stakeholders, a ideia de engajamento dos administradores e colaboradores com a companhia, além de demonstrar como as informações não- -financeiras são importantes para o negócio e também servir como um meio de comunicação sobre as práticas ligadas a fatores sociais e ambientais para a sociedade.
Há um número crescente de companhias divulgando tais informações e o Relato Integrado poderá se tornar um modelo a ser adotado pelo mercado. No Brasil, desde 2013, o Relato Integrado foi introduzido por meio de um projeto piloto com empresas listadas na B3. Atualmente, a decisão normativa do TCU 170/2018 propõe o framework do Relato Integrado. Um exemplo de adoção é o caso do CRC do Paraná ao lançar o primeiro Relato Integrado do sistema CFC/CRCs “como forma de aprimorar a transparência da informação e garantir a coerência nos dados disponibilizados ao governo e à sociedade”.
O Relato Integrado poderá contribuir não somente como instrumento para a forma como as empresas criam valor ao longo do tempo, mas como os contadores podem criar valor a sua profissão. O profissional contábil sendo considerado o principal parceiro de negócio da organização, pode utilizar o pensamento integrado como forma de engajar e conectar outros negócios, além do seu próprio setor, e trazer uma sinergia dentro da organização criando valor a curto, médio e longo prazo.